Imagem de capa © Andreia Nóbrega

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Coordenação  | Ana Salgueiro (UMa-CIERL/CECC-UCP)

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Data limite para receção de propostas para publicação |  31 de dezembro de 2023  Nova data 31.01.2024

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ENSAIOS VISUAIS | VISUAL ESSAYS  
Olhares duplos | Luísa Figueira e Filipa Venâncio [2024.10.05]  
“Olhos imensos que nos fixam serenamente. Olhos que são pertença de enigmáticos rostos femininos e nos encaram num tête à tête longo e demorado…
Podia assim começar esta reflexão sobre uma das mais recentes séries de aguarelas em pequeno formato, com que Luísa Figueira nos presenteou em 2023.O olhar impactante destas figuras, que nos fitam de soslaio quando as olhamos, mantém-se presente, mesmo depois de deixarmos de as ver, sobrepondo-se à imagem da fisionomia algo etérea que as incorpora.[…]”
 
   
   
ARTIGOS  e  ENSAIOS | ARTICLES  and  ESSAYS  
Conflito, traição, determinação e romance: Saudade, de Linda Holeman |  Susana Caldeira (CEHA-AV)  [2024.10.05]  
Saudade, de Linda Holeman, é um romance histórico passado no Portugal do século XVIII, com raízes no Porto Santo, ilha que serve de espaço fulcral ao desenrolar da narrativa, bem como ao seu epílogo. Se, no curto prólogo, temos um narrador heterodiegético que descreve o encontro entre Estra – uma feiticeira e curandeira africana de cabelo negro e olhos verdes – e Arie – um louro marinheiro holandês de profundos olhos azuis que deu à costa na praia da Ponta da Calheta -, a partir do primeiro capítulo e até ao final do livro será Diamantina, a protagonista, que narrará na primeira pessoa a sua história de vida. Nesta ação autodiegética, Diamantina acaba por convocar o leitor a participar nas suas aventuras e desventuras, na dor das suas tragédias e na tenacidade do seu amor e da sua determinação. […]”  
   
O instinto da casa  | Laiz Vieira [2024.10.05]  
“O instinto, é algo inato a qualquer ser vivo, a qualquer animal, que o impele a ser o que é. É uma predisposição intemporal e genética que cada um de nós transporta. Complementa-se com a intuição, que implica vivência e aprimoramento dos entendimentos e que nos permite encontrar sensitivamente, emocionalmente, respostas mais ou menos acertadas, a uma situação ou desafio. É um tipo de inteligência preciosa também no processo criativo e na própria reflexão sobre a pulsão, a motivação de criar. De forma inconsciente, natural, racional, manipulada ou em sistema de jogo, o instinto serve-nos e é servido. […]”  [Ensaio a propósito da exposição de Filipa Venâncio A Sala da Senhora, patente no Palácio de São Lourenço entre julho e novembro de 2023]  
 
   
Transculturação e tradução cultural: tensões e angústias do mestiço | Álvaro Faleiros (Universidade de São Paulo)  [em paginação]  
Resumo: Uma das obras latino-americanas mais instigantes para se pensar os limites e implicações da transculturação e sua relação com a tradução é a obra do peruano José María Arguedas (1911-1969). O interesse por essa obra original se explica, em grande medida, pelo fato de ser construída numa permanente tensão entre as línguas-cultura quechua e espanhola. Esse processo o leva, já em seu livro de estreia, Agua (1935), a optar por uma escrita que “força o castelhano” produzindo uma espécie de “sintaxe destroçada”. Esse processo ganha outros contornos em suas obras de maturidade, como em Rios Profundos (1958) e sua obra póstuma El zorro de Ariba y el zorro de abajo (1971). Complementarmente, Arguedas produz uma série de traduções, dentre as quais destacam-se Canto kechwa (1939), Tupac Amaru Kamaq Taytanchisman (1962), Dioses y hombres de Huarochirí (1966) e o póstumo Katatay / Temblar (1972), assim como ensaios em que discute sua concepção de língua e tradução, como “A angústia do mestiço” (1939). Nosso intuito é mostrar, ainda que brevemente, como esses processos, de criação narrativa, reflexão crítica e tradução, ilustram as tensões e estratégias do escritor mestiço ante a realidade linguística da colonização.    Palavras-chave: José María Arguedas, Transculturação, tradução cultural, mestiçagem  
   
“Aquele Campo de Funcho” et sa version française “Le Fameux Champ de Fenouil” de João França: études de traduction | Minh Ha Nguyen Lo Cicero (Universidade da Madeira  [em paginação]  
Résumé: L’activité traduisante – portugais vs français – représente un travail studieux, sachant que les deux langues proviennent du latin, langue mère. L’étude contrastive via la traduction est fructueuse car elle favorise l’intercompréhension linguistico-culturelle, notamment à propos de leurs faits de langue. L’étude pragmatique des langues romanes porte sur l’interprétation du sujet nul portugais et de la deixis spatiale: un grand défi; en entreprenant cette étude morphosyntaxique et lexico-sémantique, nous découvrons les faits linguistico-culturels du portugais, qui nourrissent nos savoirs sur l’analyse contrastive pointue et complexe car le portugais est notre 3ème langue étrangère. L’utilisation du sujet non exprimée, ancrée dans la langue portugaise, retient notre attention en particulier, car c’est un phénomène inhabituel. Pour cela, nous étudions ce phénomène linguistique afin de saisir, dans quelles circonstances les sujets non exprimés, appelés aussi sujets zéro (Ø) – peuvent être identifiables, dans le cadre de la traduction. Afin d’identifier précisément ces sujets non exprimés, l’analyse de la morphosyntaxe et du lexico-sémantique du portugais nous guide dans leur interprétation correcte, et naturellement dans leur contexte propre. La deixis spatiale en contexte portugais peut-elle être décrite aisément, en français? Les déictiques spatiaux concernent la localisation narrative et celle de l’énoncé immédiat. Le récit contemporain “Aquele campo de Funchos” (França, 1993) / “Dans le fameux champ de fenouil” (1997), traduction de Baião dos Santos, Tavares, Proença dos Santos) dans lequel l’auteur recourt au style du discours indirect libre crée beaucoup d’obstacles morphosyntaxiques notamment dans la traduction des déictiques anaphoriques ou des déictiques indiciels entre les deux langues.  Mots clé: Récit contemporain madérien – étude contrastive – traduction – portugais/français – deixis – anaphore – indiciel –- discours indirect libre  
   
   
OLHARES CRUZADOS | CROSSED VIEWS  
 
 
   
M  [ objecto ]  |  [ n a v e g a r c o m a p a l a v r a a l a d a ]   |  António Barros  [em paginação]  
Leitura-diálogo de António Barros de-com M [objecto] , livro-objeto de Vítor Magalhães que este último arista apresentou no MUDAS – Museu de Arte Contemporânea da Madeira, em 2022, no âmbito do seu projecto expositivo índice de matérias [sobre objectos e outras fantasmagorias].  
   
DIÁLOGOS |  DIALOGUES  
Somos Muitos em Abril. Nem sempre com intérpretes à altura  |  João Abel de Freitas [2024.10.05]  
Interessante coincidência. No 25 de Abril de 1974 encontrava-me no Funchal em trabalho. Um estudo sobre a Indústria dos Bordados e Tapeçarias da Madeira, adjudicado a uma empresa de consultoria, sediada em Lisboa, tinha feito deslocar ao Funchal, durante duas semanas, uma equipa técnica, de que fazia parte, para levantamento de informação junto de entidades oficiais e entrevistas a empresas do sector.Acontece que, na madrugada do dia 25, sou acordado no hotel onde estava hospedado, o Santa Maria, por um amigo meu que me telefona do Rádio Clube Português (RCP) a dizer: ocupámos há pouco esta rádio para daqui emitir os comunicados da Revolução. Cheio de sono, levei algum tempo a captar a situação.Sentia-o todo entusiasmado. Logo tomo consciência e não consigo conter o choque e o medo. Medo, não por mim, longe, mas pelo pequeno grupo que estava a ocupar o RCP e pela incerteza do desfecho dos acontecimentos.E logo “disparo”: mas vocês seguram isso? E esse meu amigo, que infelizmente já não está connosco, diz: somos muitos. Esta frase de algum simbolismo ainda hoje me acompanha e sobre ela me questiono! […]”  
   
   
   
SUGESTÕES DE LEITURA |  BOOK REVIEWS  
   

Rafaela Rodrigues (2023), O Levadeiro, Funchal: Cadmus, 28 pp.. ISBN: 978 989 911 101 1. Pedro Gonçalves e Amanda Conduto, eds. (2023), Arquitetura Moderna e Modernista entre Outras. Madeira e Porto Santo, Funchal: GENUS – Associação de Defesa do Património da Madeira, 4 roteiros autónomos Luís Filipe Castro Mendes (2021)
Voltar, Lisboa: Assírio & Alvim
ISBN: 978-972-37-2158-4
Eurico de Sousa (2023), A Festa  Sendo em Agosto, Funchal: DRC, 397 pp.. ISBN: 978 972 648 284 0. Berta Helena (2023), Refúgio de Gibraltar, Funchal: Imprensa Académica, 176 pp.. ISBN: 978 989 906 225 2 [Prémio Lit. Cidade do Funchal – Edmundo Bettencourt 2022]

Opinião crítica de meninas e meninos do 4.º 1 da Escola Básica com Pré-Escolar Bartolomeu Perestrelo (2023/2024) | AAVV [em paginação]

Cartografando a “ARQUITETURA MODERNA E MODERNISTA ENTRE OUTRAS”, na Madeira e Porto Santo. Notas de leitura | Ana Salgueiro [em paginação]